O
terceiro setor tem uma abundante capacidade em estabelecer parcerias com entes
de qualquer natureza. As parcerias podem ser:
INTRASETORIAL - Dentro do próprio setor, através de ONG´s estrangeiras
ou nacionais;
INTERSETORIAL - Com agências financiadoras governamentais, bem como,
através de articulações mantidas com o setor empresarial que discute e assume o
tema da responsabilidade social.
É
preciso ter cuidado, pois, as parcerias constituídas, ao mesmo tempo em que
potencializam os esforços das ONG´s no atendimento de demandas sociais,
evidenciam o grave risco de submeter as entidades ao controle e direção dos
eventuais parceiros.
Parceria com o Estado
- Risco de absorver os programas
estatais, transformando-se em meros executores de planos de governo, extirpando
do ambiente das entidades elementos que lhe são peculiares como a crítica, a
iniciativa, a independência e a proximidade com a comunidade atendida.
Parcerias com a
iniciativa privada – Risco de transportar para esta relação uma lógica
empresarial que destoa dos objetivos das ONG´s, principalmente, em razão da
necessidade extrema de ganho institucional pelo envolvimento nos projetos
sociais.
Parcerias
intrasetoriais:
´ Escalada surpreendente de uma participação de 6% das
ONG´s em projetos financiados pelo Banco Mundial entre 73 e 88, para uma
participação de 50% em 1994.
´ Para esta instituição financiadora “o trabalho em
parceria com as ONG´s permite incorporar em seus projetos as vantagens
características destas organizações:
´ a inovação, devido a escala pequena dos projetos;
´ a incorporação pela sociedade da multiplicidade dos
projetos e de alternativas e opiniões diversas;
´ o alcance ampliado
da ação, atingindo a quem mais precisa;
´ a participação de populações locais e a consulta à
população beneficiária;
´ a melhor compreensão dos objetivos dos projetos pela
sociedade;
´ a sustentabilidade, ou continuidade de projetos após a
retirada do Banco”.
´ Organizações – ponte: As possíveis diferenças ideológicas, de formas de
abordagem à problemas sociais ou disputas na correlação de forças, podem ser
minimizadas pela criação de mecanismos de ponte, a exemplo de agências
captadoras de recursos, conselhos municipais ou redes; Características: pluralidade
e representatividade na composição de sua diretoria e/ou corpo de funcionários;
credibilidade junto a várias áreas, incluindo as bases pelas quais foram
eleitas; eficiência, capacidade administrativa e financeira para gerir e
destinar grandes capitais; orientação para trabalhar em parceria; capacidade
para reunir diversos grupos em torno das mais variadas questões; potencial para capacitar grupos menores.
Necessidade de
adequação da base legal:
´ instrumentos legais não conseguem interpretar com clareza
as relações costuradas pelo setor na sociedade.
´ legislação não estimula a participação do cidadão,
dificulta o investimento social das empresas, e precipita na vala comum, tanto
entidades sociais sérias e outras que praticam ilegalidades;
´ A contribuição direta do cidadão ou empresas para uma
organização não- governamental é vista com desconfiança pelo Estado, pois
implica em renúncia fiscal;
PARCERIAS
INTERSETORIAS: Participação de empresas - conceito de cidadania empresarial
1) doação direta da empresa a uma entidade que executa o
projeto social;
2) investimento da empresa em uma Fundação que executa ou
coordena o projeto social;
3) utilização de “organizações-ponte”, que recebem os
recursos e repassam para outras ONG´s.
Geração de Recursos Próprios:
´ Através de prestação de serviços, produção de artefatos e
artesanatos e outros produtos, as ONG’s potencializam a capacidade de captação
de recursos;
´ Dificuldades: Falta de recursos humanos capacitados,
gerenciamento inadequado, falta de dinheiro e insuficiência de resultados.
´ Preocupações: Afasta a ideologia crítico-social;
entregar-se ao pensamento empresarial de resultados.
Fonte:
SILVA, Boaz Rios. Capítulo III: analisando a sustentabilidade das ong´s.
Dissertação de Mestrado. UFBA/2004.