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Roteiro de aula: Prof. Boaz Rios
O
termo Gestão Social propõe abranger a “uma grande variedade de atividades que
intervém em áreas da vida social em que a ação individual auto-interessada não
basta para garantir a satisfação das necessidades essenciais da
população”(SINGER,1999:55).
A
gestão social vem se firmando como um termo que serve para “identificar as mais
variadas práticas sociais de diferentes atores não apenas governamentais, mas
sobretudo de organizações não governamentais, associações, fundações, assim
como algumas iniciativas partindo mesmo do setor privado e que se exprimem nas
noções de cidadania corporativa ou de responsabilidade social da empresa”
(FRANÇA FILHO,2003:1).
A
dinâmica social torna-se enriquecida e complexa com a afirmação do conceito de
terceiro setor que anuncia “o surgimento de uma esfera pública não-estatal e de
iniciativas privadas com sentido público”. CARDOSO(2000:8)
Neste
caminho, surgem dicotomias como: a busca de maior profissionalização, do ponto
de vista da busca de resultados; e, a maior politização, considerando que o
assistencialismo tem cedido lugar à luta pela cidadania e justiça social.
Para
TEODÓSIO (in SILVA, 2004), as ONG’s apresentam características importantes na
gestão social, quais sejam:
- Maior proximidade do cidadão;
- Maior agilidade e desburocratização;
- Melhor utilização das verbas;
- Desenvolvimento mais profundo da cidadania;
- Valorização de soluções da própria comunidade;
- Rompimento do assistencialismo;
- Geração de emprego e renda;
- Controle sobre o Estado.
Para
entender a importância do terceiro setor, além das características já apresentadas,
alguns dados são relevantes na atuação no Brasil:
•
Em 1991 - 190.000
entidades registradas,
–
95% delas como
associações sem fins lucrativos
–
5% como fundações.
•
Em 2001, o número de entidades existentes no
Brasil eleva-se para 220.000
(Receita
Federal)
•
Principais áreas de
atuação:
a) Educação: 52,4%;
b) Organização popular e participação popular: 38,27%;
c) Justiça e promoção de direitos: 36,73%;
d) Fortalecimento de outras ONGs sem movimentos populares: 26,02%;
e) Relação de gênero e discriminação sexual: 25%.
TACHIZAWA(2002:23)
•
9
milhões de pessoas são atendidas:
a) Crianças e/ou adolescentes – 63,7%;
b) Movimentos urbanos – 52,4%;
c) Associações de moradores/movimentos de
bairro – 46,6%;
d) Mulheres – 41,9%;
e) Outras ONG’s – 5,8%;
f) Público em geral – 22,5%;
g) Sindicatos rurais – 22,5%;
h) Pequenos produtores – 20,9%. (ISER)
Atualizando alguns dados:
• Em 2010,
290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (Fasfil) no
Brasil.
•
Áreas: Religião (28,5%), associações
patronais e profissionais (15,5%); Desenvolvimento e defesa de direitos
(14,6%); Saúde, educação, pesquisa e assistência social (políticas
governamentais) totalizavam 54,1 mil entidades (18,6%).
•
Concentração
regional: Sudeste (44,2%), Nordeste (22,9%) e Sul (21,5%), estando menos
presentes no Norte (4,9%) e Centro-Oeste (6,5%).
•
72,2%
(210,0 mil) não possuíam sequer um empregado formalizado, apoiando-se em
trabalho voluntário e prestação de serviços autônomos. Nas demais, estavam
empregadas, em 2010, 2,1 milhões de pessoas, sendo intensa a presença feminina
(62,9%).
•
A
remuneração média das mulheres (R$ 1.489,25) equivalia a 75,2% da remuneração
média dos homens (R$ 1.980,08), sendo para o total dos assalariados, R$
1.667,05 mensais naquele ano. TOTAL
- R$ 3.500.805.000,00.
Maior
crescimento entre 2006 e 2010:
•
Crescimento
de 8,8%: Educação, mais especificamente de educação
infantil(43,4%) e ensino profissional (17,7%).
•
Entidades
religiosas, criação
de 11,2 mil entidades ou quase a metade (47,8%) do total das 23,4 mil criadas
no período.
•
Saúde (8,1%); Cultura e recreação (6,8%);
Assistência social (1,6%). Em contrapartida, redução na área de habitação(-5,8%)
Alguns dados apresentados pelo IPEA (Instituto de pesquisa econômicas aplicadas)
em 2014:
a) Número de OSCs (Organizações da Sociedade civil):
b) Empregos gerados nas OSCs por região
em 2014:
a) Número de OSCs (Organizações da Sociedade civil):
Fonte: Ministério do Trabalho (2014)
Disponível em
Fonte: Ministério do Trabalho (2014)
Disponível em
c) Quantidade de OSCs com parcerias com a União
Fonte: Disponível em
d) Evolução dos repasses do Governo Federal para OSCs entre 2009-2017
Fonte: Fonte: Disponível em
Relevância financeira:
- As ONG’s movimentam mais de US$ 1 trilhão em investimentos no mundo
- Cerca de US$ 10 bilhões no Brasil, o que equivale a 1,5% do PIB nacional. (Gazeta Mercantil – Maio/2002)
- Apresenta-se como absorvedor de mão-de-obra: Dez por cento da força de trabalho remunerada dos EUA encontra-se nesse setor. Se o setor sem fins lucrativos dos Estados Unidos fosse uma economia, seria a sétima maior economia do mundo”. RIFKIN(2000:20)
Fontes:
- Cerca de US$ 10 bilhões no Brasil, o que equivale a 1,5% do PIB nacional. (Gazeta Mercantil – Maio/2002)
- Apresenta-se como absorvedor de mão-de-obra: Dez por cento da força de trabalho remunerada dos EUA encontra-se nesse setor. Se o setor sem fins lucrativos dos Estados Unidos fosse uma economia, seria a sétima maior economia do mundo”. RIFKIN(2000:20)
http://www.abong.org.br/ongs.php
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/fasfil/2010/default.shtm
SILVA,Boaz Rios. Capítulo II: A gestão social e a contribuição das ONG´s. Dissertação de
Mestrado. UFBA/2004.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/fasfil/2010/default.shtm
www.iser.org.br
www.gestaosocial.org.br
https://mapaosc.ipea.gov.br/dados-indicadores.html
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/fasfil/2010/default.shtm
www.iser.org.br
www.gestaosocial.org.br
https://mapaosc.ipea.gov.br/dados-indicadores.html
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