quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Estabelecendo parcerias intra e intersetoriais

O terceiro setor tem uma abundante capacidade em estabelecer parcerias com entes de qualquer natureza. As parcerias podem ser:
INTRASETORIAL - Dentro do próprio setor, através de ONG´s estrangeiras ou nacionais;
INTERSETORIAL - Com agências financiadoras governamentais, bem como, através de articulações mantidas com o setor empresarial que discute e assume o tema da responsabilidade social.
É preciso ter cuidado, pois, as parcerias constituídas, ao mesmo tempo em que potencializam os esforços das ONG´s no atendimento de demandas sociais, evidenciam o grave risco de submeter as entidades ao controle e direção dos eventuais parceiros.

Parceria com o Estado - Risco de absorver os programas estatais, transformando-se em meros executores de planos de governo, extirpando do ambiente das entidades elementos que lhe são peculiares como a crítica, a iniciativa, a independência e a proximidade com a comunidade atendida.

Parcerias com a iniciativa privada – Risco  de transportar para esta relação uma lógica empresarial que destoa dos objetivos das ONG´s, principalmente, em razão da necessidade extrema de ganho institucional pelo envolvimento nos projetos sociais.
Parcerias intrasetoriais:
´  Escalada surpreendente de uma participação de 6% das ONG´s em projetos financiados pelo Banco Mundial entre 73 e 88, para uma participação de 50% em 1994.
´  Para esta instituição financiadora “o trabalho em parceria com as ONG´s permite incorporar em seus projetos as vantagens características destas organizações:
´  a inovação, devido a escala pequena dos projetos;
´  a incorporação pela sociedade da multiplicidade dos projetos e de alternativas e opiniões diversas;
´   o alcance ampliado da ação, atingindo a quem mais precisa;
´  a participação de populações locais e a consulta à população beneficiária;
´  a melhor compreensão dos objetivos dos projetos pela sociedade;
´  a sustentabilidade, ou continuidade de projetos após a retirada do Banco”.

´  Organizações – ponte: As possíveis diferenças ideológicas, de formas de abordagem à problemas sociais ou disputas na correlação de forças, podem ser minimizadas pela criação de mecanismos de ponte, a exemplo de agências captadoras de recursos, conselhos municipais ou redes;  Características:  pluralidade e representatividade na composição de sua diretoria e/ou corpo de funcionários; credibilidade junto a várias áreas, incluindo as bases pelas quais foram eleitas; eficiência, capacidade administrativa e financeira para gerir e destinar grandes capitais; orientação para trabalhar em parceria; capacidade para reunir diversos grupos em torno das mais variadas questões;  potencial para capacitar grupos menores.

Necessidade de adequação da base legal:
´  instrumentos legais não conseguem interpretar com clareza as relações costuradas pelo setor na sociedade.
´  legislação não estimula a participação do cidadão, dificulta o investimento social das empresas, e precipita na vala comum, tanto entidades sociais sérias e outras que praticam ilegalidades;
´  A contribuição direta do cidadão ou empresas para uma organização não- governamental é vista com desconfiança pelo Estado, pois implica em renúncia fiscal;

PARCERIAS INTERSETORIAS: Participação de empresas - conceito de cidadania empresarial
1) doação direta da empresa a uma entidade que executa o projeto social;
2) investimento da empresa em uma Fundação que executa ou coordena o projeto social;
3) utilização de “organizações-ponte”, que recebem os recursos e repassam para outras ONG´s.

Geração de Recursos Próprios:
´  Através de prestação de serviços, produção de artefatos e artesanatos e outros produtos, as ONG’s potencializam a capacidade de captação de recursos;
´  Dificuldades: Falta de recursos humanos capacitados, gerenciamento inadequado, falta de dinheiro e insuficiência de resultados.
´  Preocupações: Afasta a ideologia crítico-social; entregar-se ao pensamento empresarial de resultados.

Fonte: SILVA, Boaz Rios. Capítulo III: analisando a sustentabilidade das ong´s. Dissertação de Mestrado. UFBA/2004.



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