quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Economia Solidária e cooperativismo

Roteiro de aula: Prof. Boaz Rios
Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.
A economia solidária: Inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social.
O que é Economia solidária:
  • A economia solidária é movimento que busca contrapor os princípios de produção, comercialização e distribuição de riquezas inerentes ao sistema capitalista, buscando novas relações (sociais, econômicas e ambientais) contrárias:
    - à alienação em relação ao processo do trabalho como um todo;
    - às desigualdades sociais (poder e riqueza na mão de uma minoria, pobreza para a maioria); e
    - aos desequilíbrios ecológicos - visto que grandes corporações tendem a se preocupar mais com o lucro e menos com os danos ambientais que o seu crescimento desenfreado causa. 
    Necessita do envolvimento das pessoas: 
  • De forma associativista e cooperativista, cada um contribuindo com o seu melhor, com o que é possível dentro de seus parâmetros; 
  • Participando do processo desde a sua implementação ou produção até o produto final (comércio justo);
  • Enfocando o equilíbrio ecológico, fator essencial para harmonizar as relações entre pessoas, desenvolvimento territorial e natureza.
    A Economia Solidária possui as seguintes características:
    Cooperação
  • Existência de interesses e objetivos comuns; União dos esforços e capacidades; Propriedade coletiva de bens; Partilha dos resultados e responsabilidade solidária.
  • Envolve diversos tipos de organização coletiva:
  • Empresas autogestionárias ou recuperadas (assumida por trabalhadores);  Associações comunitárias de produção;  Redes de produção, comercialização e consumo;  Grupos informais produtivos de segmentos específicos (mulheres, jovens etc.); Clubes de trocas etc.
    Autogestão
  • Participantes das organizações exercitam as práticas participativas de autogestão dos processos de trabalho, e decidem sobre ações estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, compartilham a direção e coordenação dos trabalhos, etc.
  • Apoios externos, de assistência técnica e gerencial, de capacitação e assessoria, não devem substituir nem impedir o protagonismo dos verdadeiros sujeitos da ação.
    Dimensão Econômica
  • Motivação que leva a agregação de esforços, de recursos pessoais e de investimentos de empresas e Estado, visando a produção, beneficiamento, crédito e comercialização, de forma solidária e sustentável.
  • Envolve o conjunto de elementos de viabilidade econômica, permeados por critérios de eficácia e efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.
    Solidariedade
  • Justa distribuição dos resultados alcançados;
  • Desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes;
  • Compromisso com um meio ambiente saudável;
  • Relações estabelecidas com a comunidade local;
  • Participação ativa nos processos de desenvolvimento sustentável de base territorial, regional e nacional;
  • Relações com os outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatório;
  • Preocupação com o bem estar dos trabalhadores e consumidores;
  • Respeito aos direitos trabalhistas. 
Conjuntura atual
  • Desemprego estrutural e desindustrialização;
  • O que distingue esse “NOVO COOPERATIVISMO” é a volta aos princípios, ao grande valor atribuído à democracia e à igualdade dentro dos empreendimentos, a insistência na AUTOGESTÃO e o repúdio ao assalariamento.
  • “Como estamos longe de ter no mundo formações sociais em que o modo de produção socialista seja hegemônico, a implantação de cooperativas e outras instituições de cunho socialista é um processo que poderá ou não desembocar numa revolução socialista. Trata-se, portanto, de uma revolução social em potencial, cuja culminação ou “vitória” é uma possibilidade futura”. (SINGER, PAUL. Utopia Militante)
    Resultados:

  • A economia solidária aponta para uma nova lógica de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição de renda, mediante um crescimento econômico com proteção dos ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e raça. Implica na reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica.
  • As experiências históricas levam a rejeição de 3 alternativas sociais: 1) Democracia liberal; 2) Capitalismo de Estado; 3) Socialismo de Estado.
  • Apresenta três instâncias fundamentais:  “1] A socialização dos meios de produção, implicando a abolição da propriedade privada dos recursos produtivos e sua substituição pela propriedade social, ou seja, a AUTOGESTÃO SOCIAL;
    2] A socialização do poder político, a participação dos cidadãos livres e iguais na formação coletiva de uma vontade política e no exercício direto da autoridade, ou seja, a DEMOCRACIA DIRETA;
    3] enfim, a transformação do mundo das relações intersubjetivas , no sentido da afirmação da solidariedade, ou seja, a REVOLUÇAO CULTURAL do COTIDIANO”.
    (Seminário Nacional de Autogestão. Joinville, Santa Catarina – 13 e 14/12/03).
    Fontes:

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