Roteiro de aula: Prof. Boaz Rios
Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.
A economia solidária: Inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social.
O que é Economia solidária:
- A economia solidária é movimento que busca contrapor os princípios de produção, comercialização e distribuição de riquezas inerentes ao sistema capitalista, buscando novas relações (sociais, econômicas e ambientais) contrárias:
- à alienação em relação ao processo do trabalho como um todo;
- às desigualdades sociais (poder e riqueza na mão de uma minoria, pobreza para a maioria); e
- aos desequilíbrios ecológicos - visto que grandes corporações tendem a se preocupar mais com o lucro e menos com os danos ambientais que o seu crescimento desenfreado causa.Necessita do envolvimento das pessoas:
- De forma associativista e cooperativista, cada um contribuindo com o seu melhor, com o que é possível dentro de seus parâmetros;
- Participando do processo desde a sua implementação ou produção até o produto final (comércio justo);
- Enfocando o equilíbrio ecológico, fator essencial para harmonizar as relações entre pessoas, desenvolvimento territorial e natureza.A Economia Solidária possui as seguintes características:Cooperação
- Existência de interesses e objetivos comuns; União dos esforços e capacidades; Propriedade coletiva de bens; Partilha dos resultados e responsabilidade solidária.
- Envolve diversos tipos de organização coletiva:
- Empresas autogestionárias ou recuperadas (assumida por trabalhadores); Associações comunitárias de produção; Redes de produção, comercialização e consumo; Grupos informais produtivos de segmentos específicos (mulheres, jovens etc.); Clubes de trocas etc.Autogestão
- Participantes das organizações exercitam as práticas participativas de autogestão dos processos de trabalho, e decidem sobre ações estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, compartilham a direção e coordenação dos trabalhos, etc.
- Apoios externos, de assistência técnica e gerencial, de capacitação e assessoria, não devem substituir nem impedir o protagonismo dos verdadeiros sujeitos da ação.Dimensão Econômica
- Motivação que leva a agregação de esforços, de recursos pessoais e de investimentos de empresas e Estado, visando a produção, beneficiamento, crédito e comercialização, de forma solidária e sustentável.
- Envolve o conjunto de elementos de viabilidade econômica, permeados por critérios de eficácia e efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.Solidariedade
- Justa distribuição dos resultados alcançados;
- Desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes;
- Compromisso com um meio ambiente saudável;
- Relações estabelecidas com a comunidade local;
- Participação ativa nos processos de desenvolvimento sustentável de base territorial, regional e nacional;
- Relações com os outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatório;
- Preocupação com o bem estar dos trabalhadores e consumidores;
- Respeito aos direitos trabalhistas.
- Desemprego estrutural e desindustrialização;
- O que distingue esse “NOVO COOPERATIVISMO” é a volta aos princípios, ao grande valor atribuído à democracia e à igualdade dentro dos empreendimentos, a insistência na AUTOGESTÃO e o repúdio ao assalariamento.
- “Como estamos longe de ter no mundo formações sociais em que o modo de produção socialista seja hegemônico, a implantação de cooperativas e outras instituições de cunho socialista é um processo que poderá ou não desembocar numa revolução socialista. Trata-se, portanto, de uma revolução social em potencial, cuja culminação ou “vitória” é uma possibilidade futura”. (SINGER, PAUL. Utopia Militante)Resultados:
- A economia solidária aponta para uma nova lógica de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição de renda, mediante um crescimento econômico com proteção dos ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e raça. Implica na reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica.
- As experiências históricas levam a rejeição de 3 alternativas sociais: 1) Democracia liberal; 2) Capitalismo de Estado; 3) Socialismo de Estado.
- Apresenta três instâncias fundamentais: “1] A socialização dos meios de produção, implicando a abolição da propriedade privada dos recursos produtivos e sua substituição pela propriedade social, ou seja, a AUTOGESTÃO SOCIAL;
2] A socialização do poder político, a participação dos cidadãos livres e iguais na formação coletiva de uma vontade política e no exercício direto da autoridade, ou seja, a DEMOCRACIA DIRETA;
3] enfim, a transformação do mundo das relações intersubjetivas , no sentido da afirmação da solidariedade, ou seja, a REVOLUÇAO CULTURAL do COTIDIANO”.
(Seminário Nacional de Autogestão. Joinville, Santa Catarina – 13 e 14/12/03).Fontes:
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