segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Desordem Aparente

Autor: Boaz Rios


Vivemos atualmente como se o tempo não fosse suficiente, em meio a  preocupações e ansiedades que, por se avolumarem, não comportam dentro da própria vida. Atividades se acumulam e se sucedem sem, contudo, gerar satisfação. Ficam impressões e sentimentos do que aparenta ser uma desordem, um desajustamento entre o pretendido e o realizado, vindo a causar  sintomas de fadiga, ansiedade, decepção e angústia.

O que está errado nisto tudo seria o tempo? Ou seria o que temos feito dele?
Para o sábio Salomão, as incompatibilidades não existem, não há desordem, pois acredita que "tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo o propósito" (Eclesiastes 3:1). Nesta frase, percebemos o verdadeiro equilíbrio entre o tempo e o propósito, não havendo desperdício nem, tão pouco, insuficiência.

Decorre, tal idéia, do conceito de perfeição existente em Deus. Havendo Deus - e creio que Ele existe, a perfeição é mais do que possível, ela é um fato. Sendo Deus perfeito, concluímos ser Ele completo, pois não haveria perfeição caso algo fora dele mesmo pudesse torná-lo melhor. A Deus, por ser completo e perfeito, não cabe a inconstância, a variação e a insegurança, que são qualidades típicas do ser humano.
Ao compreendermos Deus e a sua perfeição, percebemos ser possível que este seu atributo se manifeste na natureza, no ser humano, enfim, na vida. Podemos pensar, como o Rei Salomão, que tudo tem o seu tempo, quando vem a se manifestar na medida e na forma do  criador. Acreditando nas palavras do Mestre Jesus: "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus (Mateus 5:48).

Outro ponto que merece atenção diz respeito ao fluxo da vida. Quando entendemos que cada coisa tem o seu tempo, logo percebemos que os fatos fluem de maneira a concluir, a tornar pronta uma obra, uma história, uma vida. Coisas boas e ruins, todas, fazem parte da mesma história que no momento certo há de se completar e fazer sentido. Na caminhada, momentos parecem bons e outros maus, porém, no final haveremos de interpretar o todo, certos de que "todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

Por fim, sabemos que na eternidade tudo se mostra perfeito. Por enquanto, temos alguns sentimentos sobre a eternidade, porém não a compreendemos integralmente, pois somos escravos do tempo. O apóstolo Paulo disse que conhecia em parte, de forma obscura no reflexo de um espelho, porém, quando estivesse frente a frente com a eternidade, na presença de Deus tudo se desvendaria.
Desejamos estar livres das aflições e angústias da vida, mas tememos o desconhecido, vacilamos quando saltos de fé são requeridos. Deus manifesta a sua perfeição em toda a sua obra, como lá no Gênesis: "E viu Deus que tudo era bom". Contudo, somente o olhar atemporal da fé, permitirá que contemplemos no presente as  belezas eternas de Deus.

Um comentário:

Unknown disse...

Meu amigo
è a mais pura verdade o que você escreveu
abraços