- Conceito: A palavra política é originária do grego pólis (politikós), e se refere ao que é urbano, civil, público, enfim, ao que é da cidade (da pólis). Consiste na forma de articulação e convivência dentro de uma organização social. Por sua vez, Organização social, é qualquer ajuntamento humano que tenha um objetivo comum, enfatizando que a "organização social implica algum grau de unificação, ou união de diversos elementos numa relação comum" (IANNI, 1973, p. 41). A atividade política está associada, também, a uma forma de atividade humana relacionada ao exercício do poder. Uso da política para a manutenção do poder. O poder gera privilégios para os seus detentores e associados. Política difere de Governo, muito embora ao governar, ou mesmo ao pleitear o governo, as pessoas utilizam-se necessariamente da política. Governo significa:· Ciência do governo dos povos. Maneira hábil de agir.· Governar envolve: conduzir, regular, promover e proteger.
 
ESTADO:
Trata-se de uma entidade abstrata; “É soberano e está encarregado
de representar ou expressar a coletividade; possui um quadro jurídico
e administrativo, que define suas regras organizando as formas da
existência social; e se constitui na instância governamental que,
em última análise, toma decisões referentes aos negócios comuns”
(Chatelet, 1983 in Matias-Pereira, 2008).
2.
 Evolução
 histórica
Pensamento
 Grego - Aristóteles e Platão: Para
 Aristóteles,
 o homem é um animal social por natureza, que desenvolve suas
 potencialidades na vida em sociedade, organizada adequadamente para
 seu bem estar. “Em todas as ciências e artes o fim é um bem, e o
 maior dos bens e bem no mais alto grau se acha principalmente na
 ciência toda-poderosa; esta ciência é a política, e o bem em
 política é a justiça, ou seja, o interesse comum” (política,
 1283ª, Livro III, cap. VII, apud MATIAS-PEREIRA, 2008): Elementos
 constitutivos do Estado: a)
 Governo formado por membros da elite política; b) Burocracia ou
 tecnoburocracia pública; c) Força policial e militar; d)
 Ordenamento jurídico impositivo. 
 
Na
 República de Platão,
 o governo seria exercido por pessoas inspiradas pelo bem comum. A
 República deveria ser dividida em três grupos sociais, à
 semelhança das almas dos indivíduos: os filósofos, grupo
 dirigente que corresponde à alma racional; os guardiães ou
 soldados, encarregados da defesa da cidade, correspondendo à alma
 irascível; e os produtores (agricultores e artesãos) comparados à
 alma concupiscível.
Maquiavel
 (1469-1527): A
 recusa da prevalência dos valores morais na ação política
 sinaliza um novo conceito. Maquiavel propõe uma ciência política
 independente, se afastando do pensamento grego preso à idealização
 de um governante virtuoso, bem como, distanciando-se do pensamento
 medieval controlado pelo catolicismo romano. Para Maquiavel, o
 governo se estabelece pelas armas ou pelo voto. “os homens amam
 conforme sua vontade e temem conforme a vontade do príncipe, um
 príncipe sábio deve se apoiar naquilo que depende de sua vontade e
 não naquilo que depende da vontade de outros”. A visão
 pragmática da política faz com que o governante aproveite as
 oportunidades para conquistar e manter o poder. Maquiavel funda uma
 nova moral, a moral mundana que se forma a partir dos
 relacionamentos dos homens, ou seja, a moral do cidadão que
 constrói o Estado.
Contratualitas:
Thomas
 Hobbes (1588-1679): Os
 homens em seu estado natural vivem como animais, jogando-se uns
 contra os outros pelo desejo de poder, riquezas e propriedades. Para
 evitar a autodestruição, é necessário um acordo, um contrato,
 que imponham limites às próprias atitudes egoístas. O Estado,
 para Hobbes, se apresentava como Senhor absoluto, cabendo aos
 cidadãos ou súditos a obediência sem questionamentos, pois este
 funcionava como uma ordem absoluta e controladora, com o objetivo de
 tirar os homens da guerra de todos contra todos.
John
 Locke (1632-1704): O
 nascimento do Estado é um ato de liberdade de decisão e princípio
 de sobrevivência e preservação. Almeja unir-se em sociedade com
 outros que já se encontram reunidos ou projetam unir-se para a
 mútua conservação de suas vidas, liberdades e bens. O contrato
 social permite superar o estado de natureza, estabelecendo a
 liberdade e a igualdade entre todos, para que a lei seja aplicada
 igualmente. Esse contrato não gera um poder absoluto para o Estado,
 pois pode ser desfeito por aqueles que o firmaram, e o Estado não
 pode tirar o poder supremo sobre a propriedade individual. Acontece
 a separação entre o que é político (público) e o que é civil
 (propriedade particular).
Jean-Jaques
 Rousseau (1712-1778): No
 livro Do Contrato Social, Rousseau argumenta que o homem era
 naturalmente bom. No estado de natureza o homem se apresenta como o
 bom selvagem, e o mal que existisse deveria ser atribuído à
 própria sociedade. O homem abre mão da sua liberdade em favor do
 Estado, ou seja, cada individuo está obrigado a ser livre. O homem
 só pode ser livre se for igual. O povo nunca pode perder a sua
 soberania, por isso não pode criar um Estado distante de si mesmo.
 O único órgão soberano é a assembléia do povo.
Pensamento
 Comunista:
Marx
 (1818-1883): Oposição
 entre classe dominante e classe dominada. Os meios de produção são
 de propriedade da classe dominante que explora o trabalhador ao lhe
 pagar um salário aquém do real valor alcançado pela produção.
 Esta diferença é o lucro, que na teoria Marxista é a apropriação
 do valor que deveria ser pago ao trabalhador, chamado de
 "mais-valia". Sua doutrina objetivava acabar com a
 propriedade privada e, por fim, com o próprio Estado.
Nicos
 Poulantzas, a partir de Marx e Lênin, e da teoria da luta de
 classes, chama de poder “a
 capacidade de uma classe social de realizar os seus interesses
 objetivos específicos”.
Engels
 (1820-1895):“O
 Estado é, um produto da sociedade quando esta chega a determinado
 grau de desenvolvimento; é a confissão de que essa sociedade se
 enredou numa irremediável contradição com ela própria e está
 dividida por antagonismos irreconciliáveis que não consegue
 conjurar. Mas para que esses antagonismos, essas classes com
 interesses econômicos colidentes não se devorem e não consumam a
 sociedade em uma luta estéril, faz-se necessário um poder colocado
 acima da sociedade, chamado a amortecer o choque e a mantê-lo
 dentro dos limites da ordem. Este poder, nascido da sociedade, mas
 posto acima dela, e dela se distanciando cada vez mais, é o
 Estado”.
3.
 Tarefas para a atividade política:
- Obter consenso da sociedade civil;
 - Transformar este consenso em poder de direção hegemônico.
 
Considerações
 finais:
O
 exercício do voto constitui um objetivo político para demandas da
 sociedade. O voto representa uma vontade popular, uma escolha da
 maioria. O que pode parecer uma nova forma de tirania (muitas vezes
 chamada ditadura da maioria) é inegavelmente a forma mais justa
 encontrada pelas civilizações para a escolha dos seus
 representantes.
Nem
 sempre as propostas políticas satisfazem os interesses da
 sociedade; A expressão popular se dá não só através de partidos
 e candidatos.
A
 vivência em comunidade determina a necessidade de criação de
 espaços de negociação e articulação. É preciso mais do que
 pensar a política como um espaço para partidos, negociatas, jogos
 de poder escusos, a política é acima de tudo o ambiente para o
 exercício da cidadania e espaço para argumentação. Buscar
 consensos, caminhos que sejam os mais interessantes e equânimes
 para todos fazem parte da arte de fazer política.
Referências:
MAAR,
 Wolfgang Leo. O que é política. 16ª Ed. São Paulo: Brasiliense,
 1994.
MATIAS-PEREIRA,
 José. CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Foco nas Instituições e
 Ações Governamentais. São Paulo: Atlas, 2008.
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