terça-feira, 14 de agosto de 2012

Que venha a Paz!

Autor: Boaz Rios
No dia triste o próprio corpo se ressente dos acontecimentos adversos. Na boca a saliva seca, as mãos esfriam-se e o olhar desesperançoso distancia-se no vazio sem fim. A tragédia se apresenta e impinge seu sentimento perturbador. O infortúnio toma de súbito, não há como impedi-lo. Repentinamente desfaz o ideal, interrompe o sonho e destrói o que foi construído.
A vida parece assumir a sua fragilidade, evidenciando contornos desconhecidos e inesperados, totalmente contrários às expectativas outrora nutridas. A dor, o desespero, o medo e a ansiedade,  surgem como componentes emocionais do cenário do desenlace trágico.
Haveria paz que resistisse ou, quiçá, superasse tais circunstâncias? A esperança surge nas palavras do mestre Jesus, que logo após a sua morte e ressurreição, aparece entre os discípulos enlutados, e lhes anuncia: "paz seja convosco" (João 20:19).
A contundência da afirmação não está simplesmente na magia das palavras, mas no poder supremo da paz de Jesus que supera, permanece, ressoa, alcança, envolve e triunfa. A natureza dessa paz independe dos fatores circunstanciais, pessoais ou emocionais, pois, perfeita que é naquele que a doa, se efetiva integralmente naquele que a recebe por meio da fé.
Extrapolando os limites terrenos próprios da vida, Jesus firma os alicerces da sua paz. É paz espiritual que independente dos fatores cotidianos, mas, potencializa os limites humanos e restabelece a harmonia consigo mesmo e com o cosmos.
Quanto à dor, mesmo que presente, abalada fica a sua altivez. Diferente da equivocada exigência da não-dor, há o reconhecimento da sua existência, contudo, não da sua prevalência, pois, vindo a dor, a paz predomina. Jesus sofreu de verdade, e amou de verdade. A sua paz subsiste às injustiças do mundo, das pessoas, do sistema, do mal; invariavelmente, porque convive e não se contamina.
Ser carente de paz é natural ao ser humano. Ser carente da paz de Jesus, é reconhecê-lo como o bom pastor que leva as ovelhas às águas tranquilas e lhes refrigera a alma. Por isso, deve-se buscar a Jesus, à menor suspeita de dor, insatisfação, contrariedade, frustração, privação, enfim, qualquer coisa que lhe ameace a paz. Jesus é eficaz, intervém no contexto turbulento e restabelece a paz.

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