terça-feira, 28 de junho de 2011

Somos Mais

Desespero e perplexidade invadiram o coração do discípulo de Eliseu, profeta de Deus, quando ao ver o exército inimigo cercando a cidade supôs ser a tragédia inevitável (2 Reis 6:15-17). Afinal, restaria qual alternativa para dois homens ameaçados por força de tamanha desproporcionalidade?
Assim, se apresenta o caráter fantasioso da maldade - sempre maior do que realmente é. Demonstra ter, de forma inequívoca, total domínio sobre a situação, afastando do ameaçado a possibilidade de  ensaiar qualquer reação. Molda-se um cenário no qual tudo parece estar perdido, ao sobrevir um poder absoluto e irresistível, que abate e aniquila toda sorte de esperança, o poder do mal.
O mal não integra a realidade, não faz parte dela. A realidade, contudo, é sufocada, assediada, constrangida pela maldade. Esta concepção é desvendada por João quando diz que o mundo jaz no maligno    (I João 5:19). O mundo não deixa de ser mundo, e não se transforma no mal, mas é subjugado por ele. A realidade submersa guarda características próprias do bem, porém, o mal que domina algumas de suas partes promove uma espécie de metástase, propagação maligna de todo tipo de corrupção, violência e degeneração.
A maldade, então, passa a existir a partir do próprio ser humano. Nesse contexto Jesus afirma que de dentro do coração dos homens procedem todos os maus desígnios (Marcos 7:21). De igual forma, aponta o apóstolo Tiago quando diz que ninguém é tentado por Deus, mas por sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz (Tiago 1:13-14).
Por outro lado, cabe ressaltar, que Deus é bom. Dentre os seus atributos, integrando sua própria essência, está a bondade, conforme afirma o Salmista: "Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores" (Salmos 25:8). Assim respondeu Jesus ao jovem rico: "Bom só existe um que é Deus" (Mateus 19:17). Não se trata de tão somente fazer o bem, mas ser inteiramente bom.
O canal utilizado por Deus para comunicar este seu atributo é o Espírito Santo. O apóstolo Paulo sustenta que a bondade, manifestada  no caráter humano, é obra do Espírito Santo, quando diz: "Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade" (Gálatas 5:22).
Vencemos o mal, portanto, quando contemplamos a Deus, nos aproximamos dele e confiamos em seu poder. A resposta do profeta Eliseu ao seu discípulo foi uma oração para que Deus desvendasse os seus olhos a fim de perceber a realidade escondida por trás da maldade fantasiosa que se apresentava, e como era de se esperar, o exército de Deus mostrou-se de força infinitamente superior.
Vencemos o mal, portanto, quando compreendemos que o mal não é vencido pelo próprio mal, pois se fortalece quando utilizado, promovendo e dissipando crueldades ainda maiores. Porém, o mal é vencido pelo bem, este sim, valor absoluto, presente em Deus como atributo puro, límpido e incontaminável, capaz de vencer o mal, como afirma Paulo: "Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem" (Romanos 12:21).
Vencemos o mal, quando não desacreditamos, não vacilamos ante as cores assombrosas das circunstâncias da vida, e mantemos uma fé inspirada e confiante, mantendo a convicção de que "em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou" (Romanos 8:37).

Autor: Boaz Rios

Um comentário:

Amanda Lemos disse...

Muito interessante o Blog !
Gostei bastante de tudo por aqui,
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http://www.bolgdoano.blogspot.com/

Muito obrigada, desde já.