Autor: Boaz Rios
Trazer à lembrança momentos passados, lembrar de pessoas, situações ou lugares guardados na memória, faz reviver sentimentos que, talvez adormecidos, guardam oportunidades para gratificantes reflexões.
A memória humana é repleta de recordações. Os bilhões de neurônios se articulam no cérebro para arquivar rostos, cheiros, lugares, situações, palavras, enfim, tudo que tenha ocorrido na vida das pessoas e no mundo. Tudo guardado como que em gavetas cujos dispositivos de abertura podem ser acionados por um perfume, uma palavra, uma música, uma imagem ou qualquer outro estímulo que desencadeie a lembrança.
As recordações promovem o prazer de reviver momentos agradáveis, ocasiões desfrutadas com amigos e familiares, ou na singela solidão de quem sentiu e guardou raras emoções. As más impressões que insistem em voltar à mente, mesmo que eventualmente, relembram situações constrangedoras, tristes ou decepcionantes, potencialmente capazes de provocar amargura e abater o ânimo.
As recordações promovem o prazer de reviver momentos agradáveis, ocasiões desfrutadas com amigos e familiares, ou na singela solidão de quem sentiu e guardou raras emoções. As más impressões que insistem em voltar à mente, mesmo que eventualmente, relembram situações constrangedoras, tristes ou decepcionantes, potencialmente capazes de provocar amargura e abater o ânimo.
Não é fácil se livrar de más recordações. Alguns vão dizer que o tempo apaga tudo, outros, que as boas lembranças superam os maus momentos. Contudo, mesmo que haja superação pessoal ou que se aprenda lidar no dia a dia com as más recordações, ainda assim, elas continuarão a existir, mesmo que no recôndito da alma.
A maneira como se enxerga a vida determinará o capítulo seguinte àquele no qual as más recordações traz o abatimento. Nas palavras do Mestre Jesus, "a candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso" (Mateus 6:22-23). É preciso enxergar a Deus mesmo em tribulações e, para tanto, o coração precisa estar limpo, afinal, "os limpos de coração verão a Deus" (Mateus 5:8). A constatação do Mestre a respeito daqueles que veem a Deus é a de serem bem aventurados, ou seja, são felizes os que limpam os seus corações e, mesmo que obscuramente ou embaçadamente (I Coríntios 13:12), na vida presente contemplam a Deus.
O apóstolo Paulo, não obstante a toda tribulação e sofrimento de sua vida, escreveu aos Filipenses (1:3) dando graças a Deus pelas boas recordações que guardava daqueles irmãos. Lembrou-se das coisas boas, de como cooperavam e participavam ativamente da pregação do evangelho. Os limpos de coração buscam um sentimento de pertencimento e não de rejeição, por conseguinte, se alegram e dão graças a Deus.
Haverá sempre nesta vida, um vestígio de incompletude e esperança, mas que não se confunde com desespero ou amargura. O sentimento de falta para o cristão é o crescente desejo de enxergar e compreender o seu Deus. Assim, no exercício da fé, em todas as recordações, resta a certeza de que Deus é mais do que se vê, tem mais a abençoar e pode mais do que tudo que pedimos ou pensamos (Efésios 3:20).