Autor: Boaz Rios
A vida é movimento, é luta, é desafios. O universo se transforma, a terra gira, as estações pitam cores e desenham formas diversas. O mundo microscópico surpreende com suas peculiaridades: fungos, bactérias e outros micro-organismos promovem, incessantemente, uma verdadeira revolução natural.
Surgem mudanças a partir da ação humana, algumas boas, outras trazem consequências desastrosas. A tecnologia, por exemplo, sempre em constante evolução, movimenta o capitalismo ao mesmo tempo em que disponibiliza confortos para a vida humana. Como consequência, as pessoas, os governos, e as indústrias não conseguem resolver o problema do lixo tecnológico.
A estagnação, por outro lado, é sinal de morte. Deixar de crescer, de renovar, de movimentar, aponta para a possibilidade do esgotamento ou fim da vida. O certo é que o desafio ao novo é próprio à vida. Isto remete à necessidade de romper estruturas, transpor barreiras e vencer limitações.
Em um dos episódios narrados pelos evangelhos, Jesus, ao chegar a um lugar chamado Tanque de Betesda, percebeu que havia ali um paralítico, e lhe perguntou o que esperava naquele lugar. O homem lhe respondeu que acreditava que se conseguisse entrar na água quando esta era movimentada por um anjo, ele seria curado (Marcos 2:1-12).
Na história desse homem paralítico, a vida parece estagnada, sem nenhuma perspectiva. A primeira dificuldade era a sua condição de paralítico, num tempo no qual ninguém sequer cogitava sobre políticas de mobilidade urbana. A segunda dificuldade era a de sobreviver, num contexto social de total abandono, da sociedade ou do governo. Por último, a única possibilidade avistada naquela sombria circunstância era se locomover para a água e ter acesso à cura. Mas, trágico infortúnio, sua limitação física o impedia de ser curado, pensava ele.
Todavia, sobre a vida e o que ela reserva a cada pessoa, somente o Criador disciplina. Diante de circunstâncias adversas e ameaças à vida, ecos de morte insistem em ressoar. Jesus afasta os sinais de morte e renova na vida a esperança e a abundância (João 10:10). Jesus corrige os equívocos das falsas expectativas e mostra o caminho da restauração e da cura. Enfim, Jesus restitui a dignidade na vida, restabelecendo vínculos e relacionamentos.
Na vida há realidades concretas que conspiram contra a própria existência. São diversas circunstâncias ou situações que desafiam, doem na carne e na alma, e incomodam de verdade. É preciso ter cuidado com falsas expectativas e falsos caminhos, que da morte avizinham. Mais proveitoso é buscar a vida oferecida pelo Mestre Jesus, oportunidade para levantar-se, recolher-se da prostração e prosseguir em vida abundante.