Autor: Boaz Rios
Nos momentos que antecedem ao natal, há todo um clima de expectativas, permeado de contentamento e solidariedade. Independente da exploração comercial e do consumismo aguçado, lojas, ruas e praças ganham um colorido exuberante e reluzente. Mas, somente a confraternização, ou as belas imagens não são suficientes para promover a paz que tanto precisamos.
A Bíblia narra que nos anos que antecederam ao nascimento de Jesus, os profetas vislumbraram a chegada do Messias, pois ansiavam pela libertação de toda opressão vivenciada pelo povo de Israel. Como exemplo, nos lembramos do profeta Zacarias ao anunciar a promessa de libertação: "Ainda
nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas, levando cada
um na mão o seu cajado, por causa da sua muita idade. E as ruas da
cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão" (Zacarias 8:4-5).
Sentar-se nas praças, com crianças brincando livremente pelas ruas, é o quadro criado na mente do profeta para retratar o prazer, a alegria, o bem estar pela paz promovida a partir da libertação prometida.
Como é difícil, na atualidade, enxergarmos na imagem de uma praça algo que reflita a paz no âmbito pessoal, comunitário e, muito menos, a paz com Deus. A praça perde este sentido de espaço de paz, em parte, por uma indisposição pessoal. Na grande maioria das pessoas falta tempo, vontade, determinação, ou optou-se por outras alternativas de entretenimento que, inevitavelmente, não produzem paz nenhuma. Mas além do aspecto pessoal, há também impedimentos externos como a insegurança, falta de iluminação, sujeira, além de em algumas cidades e bairros, faltarem as próprias praças.
Para o povo Judeu, o ambiente coletivo era muito importante, pois ali eles refletiam sobre a vida em comunidade, sobre aspectos das suas leis, sobre questões sociais e jurídicas. Os jovens e as crianças, participando daquele convívio, garantiam a perpetuação desta cidadania alicerçada no costume, tradições, cultura e religião do povo, estabelecendo, assim, o conceito de pertencimento.
Muito embora as palavras de Zacarias alcancem a sua plenitude no reino milenar do Senhor Jesus Cristo, pela fé, podemos acreditar em seu cumprimento no tempo presente para aqueles que aceitam, acreditam e obedecem as palavras do Mestre, pois o seu reino é chegado. Assim, estando na praça com Jesus, temos paz consigo mesmo, temos paz comunitária e temos paz com Deus.
1) Sentar na praça com Jesus é ter paz consigo mesmo - São muitos os problemas, ansiedades, aflições e angústias que, constantemente, temam em arrebatar a paz dos nossos corações. A agitação do mundo é crescente, fruto da insatisfação do ser humano, nunca contente e sempre querendo mais. Em meio às guerras, violências, ambições e injustiças, o compositor "Zé Geraldo", protestava na velha canção " e isto tudo acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos".
Longe de um olhar acrítico diante dos fatores externos adversos, não obstante, é possível alcançar a paz interior. É preciso olhar esperançoso para a estrela de Belém, como fizeram os magos do oriente, e buscar pelo Príncipe da paz, anunciado pelo profeta Isaías (Isaías 9:6). São estas as palavras de conforto do Mestre: "Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo passeis por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33).
Em outro texto, Jesus diz: "Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou. Não a dou como o mundo a dá" (João 14:27).
2) Sentar na praça com Jesus é gozar de paz comunitária - A promoção da paz comunitária ocorrerá à medida em que o evangelho da paz for anunciado e recebido, como na proclamação dos anjos a respeito do nascimento de Jesus: "Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra aos homens a quem Ele quer bem" (Lucas 2:14). Por certo violência e insegurança continuará a existir enquanto o mundo não for completamente regenerado, no entanto, a paz de Jesus vai alcançando os corações e transformando as relações sociais, renovando o convívio e a solidariedade.
Jesus enviou os seus discípulos com o objetivo de proclamar o evangelho da paz: "Em
qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela
é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis. E, ao entrardes
na casa, saudai-a; se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz;
mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz" (Mateus 10:11-13).
O compromisso do pacificador, do portador da paz, é a proclamação, o anúncio, o testemunho da verdadeira paz. Neste aspecto, o apóstolo Paulo adverte a um compromisso irrevogável: "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens" (Romanos 12:18).
3) Sentar na praça com Jesus é desfrutar de paz com Deus - A desarmonia entre Deus e o ser humano não decorre da crueldade divina, mas da limitação humana em desvincilhar-se do mal e apegar-se unicamente ao bem. Por esta razão, estarmos com Jesus institui a paz uma vez que Ele, essencialmente bem, se coloca como o promotor da paz, como diz o apóstolo Paulo: "Justificado, pois, pela fé, temos paz com Deus, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1).
É a libertação, e não a repressão, a tônica do reino de Deus. A infinitude, a transcendência, enfim, toda sublimidade, está em Deus. Por isso, quando vamos ao seu encontro nunca nos limitamos, pelo contrário, nos libertamos e alcançamos a paz. Neste sentido, a Carta ao Romanos afirma: "...O reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14:7).
Ao mesmo tempo que desfrutamos da paz com Deus, também, a representamos e professamos. Isto fica claro quando Jesus envia os seus discípulos incumbindo-lhes que saudasse com a paz, ou, quando, no Sermão do Monte, afirma: "Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus" (Mateus 5:9).
Concluindo:
O sonho do profeta em ver praças repletas de pessoas que se relacionam na mais perfeita paz pode se concretizar. Jesus nos convida a que sentemos com Ele na praça, e desfrutemos da sua paz que, diferentemente do mundo, nos garante paz interior, paz comunitária e paz com Deus.
3) Sentar na praça com Jesus é desfrutar de paz com Deus - A desarmonia entre Deus e o ser humano não decorre da crueldade divina, mas da limitação humana em desvincilhar-se do mal e apegar-se unicamente ao bem. Por esta razão, estarmos com Jesus institui a paz uma vez que Ele, essencialmente bem, se coloca como o promotor da paz, como diz o apóstolo Paulo: "Justificado, pois, pela fé, temos paz com Deus, por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1).
É a libertação, e não a repressão, a tônica do reino de Deus. A infinitude, a transcendência, enfim, toda sublimidade, está em Deus. Por isso, quando vamos ao seu encontro nunca nos limitamos, pelo contrário, nos libertamos e alcançamos a paz. Neste sentido, a Carta ao Romanos afirma: "...O reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Romanos 14:7).
Ao mesmo tempo que desfrutamos da paz com Deus, também, a representamos e professamos. Isto fica claro quando Jesus envia os seus discípulos incumbindo-lhes que saudasse com a paz, ou, quando, no Sermão do Monte, afirma: "Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus" (Mateus 5:9).
Concluindo:
O sonho do profeta em ver praças repletas de pessoas que se relacionam na mais perfeita paz pode se concretizar. Jesus nos convida a que sentemos com Ele na praça, e desfrutemos da sua paz que, diferentemente do mundo, nos garante paz interior, paz comunitária e paz com Deus.
Ainda nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu cajado, por causa da sua muita idade.
E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão.
Zacarias 8:4-5
E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão.
Zacarias 8:4-5