terça-feira, 23 de outubro de 2012

A eternidade experimentada

Autor: Boaz Rios
Vivemos dias nos quais o tempo presente impõe as suas regras, a rotina dita as suas normas, comandando sentimentos e atitudes.
Não se trata do poder de alguém ou de alguma coisa sobre nós, mas de todo um sistema que conspira em favor do seu próprio imperialismo. As pessoas perdem o valor individual em função da  participação sistêmica, pouco importando o que pensam, posto que a reflexão própria é constrangida amoldando-se ao comportamento cultural do grupo.
Tão pouco resulta exclusivamente do poder do maligno, porque, muito embora as escrituras afirmem que o mundo jaz no maligno (I João 5:19), elas não dizem que o mundo é o maligno.
O tempo presente representa o conjunto de valores, desejos e necessidades que são impostas pela própria sociedade ao exigir que sejam almejadas, perseguidas, preservadas e garantidas, objetivando a promoção do prazer e da felicidade.
1. Implicações da ditadura do tempo presente
Uma das característica marcantes de qualquer ditadura é a restrição ou privação da liberdade. O que se procura com a ditadura é impor um pensamento, um valor ou um comportamento.
Na ditadura do tempo presente as liberdades individuais são afastadas em função do prazer e da felicidade coletiva. Qualquer comportamento diferenciado se torna antissocial, ou seja, contrário aos interesses da sociedade e, por este motivo, passível de punição, repreensão, ou mesmo, desprezo social.
O tempo presente afasta as liberdade individuais ao ditar o que se deve estudar, o que vestir, como se divertir, onde e como trabalhar, quando e como descansar, sobre o que conversar, e assim por diante.
Na ditadura do tempo presente os resultados são óbvios, porque tudo que é rotineiro e mecânico, além de repetir a ação, inexoravelmente, repetirá, também os resultados. No presente, livre de influências e aspirações do futuro, só encontramos a simples rotina, o fazer cotidiano, a luta do dia-a-dia. Portanto, é óbvio que as consequências das ações, do trabalho ou do esforço cotidiano, orbitem em torno das recompensas já conhecidas. Neste particular, só se entende como injusto aquele resultado abaixo do esperado, ou seja, as expectativas se limitam ao que se reproduz do presente.
Na ditadura do tempo presente os valores são relativizados, considerando que o mundo dinâmico exige conceitos flexíveis que se ajustem à realidade em transformação, o que não é possível quando os valores são absolutos.
Na ditadura do presente as pessoas são descartáveis, substituíveis, visto que o que importa é o desempenho adequado aos papéis a elas atribuídos. Sem nenhum constragimento, trabalhadores, gerentes, profissionais de qualquer área, são substituídos. Da mesma forma, as amizades passaram a ser virtuais, pessoas são aceitas ou rejeitadas do rol de relacionamentos das redes sociais com apenas um click. Nos casamentos, em detrimento do amor, reina o interesse pessoal e o egoísmo.
2. Desprezo ao passado
As pessoas no mundo agitado, como o imposto pelo tempo presente, não têm tempo para relembrarem o passado e, consequentemente, não refletem ou avaliam os fatos vividos por elas mesmas ou por outras pessoas em épocas remotas.
A leitura do passado, por outro lado, longe de se limitar a um sentimento saudosista, pretende avaliar as situações vividas em outros tempos, percebendo quais fatores contribuiram para o aumento do bem, para a evolução do homem, para a dignidade da vida e para o conhecimento de Deus.
Como dizem os hstoriadores, um povo sem história é um povo sem memória. As civilizações mais antigas guardam grande respeito às suas histórias, seus desafios e conquistas. O relato bíblico é repleto de repetições das lutas e vitórias dos hebreus sobre os seus inimigos e como Deus os livrou e lhes abençoou na caminhada.
3. A eternidade experimentada
Frustrante seria falar de um futuro desprovido de eternidade. O futuro nada mais seria que o reflexo do passado e do presente, resultado das ações e repetições humanas, como refletido nas palavras do sábio Salomão: "pois que tem o homem de todo o seu trabalho, e da fadiga do seu coração, em que anda trabalhando debaixo do sol? Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade" (Eclesiastes, 2:22-23).
O mestre, Jesus Cristo, no conhecido sermão do monte, adverte para que não andemos ansiosos por coisas da vida, pois o pai celestial cohece todas as nossas necessidades, antes: "buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus, 6:33).
Logo, o que torna o futuro promissor e surpreendente é a própria manifestação do reino eterno de Deus, do contrário, seria um futuro decepcionante, como diz o apóstolo Paulo: "Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens" (I Coríntios 15:19).
"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

"Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.

Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’

Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Mateus 6:25-33
"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

"Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.

Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’

Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Mateus 6:25-33
"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

"Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.

Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’

Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Mateus 6:25-33
"Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?

Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?

Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

"Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem.

Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer? ’ ou ‘que vamos beber? ’ ou ‘que vamos vestir? ’

Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas.

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
Mateus 6:25-33
A perspectiva eterna não aguarda o fim da perspectiva temporal, ou seja, não é preciso que o ciclo passado, presente e futuro se acabe para que comecemos a viver a eternidade, pois, na verdade, nós já a vivemos.
Não é possível pensar na eternidade que começa no futuro, pois estaria subordinada ao tempo. O tempo não representa a eternidade, pois a eternidade está além do tempo.
Desta forma, afirmam as escrituras que o "Reino de Deus é chegado" (Mateus 12:28), e ainda, "vos é dado saber o mistério do Reino de Deus" (Marcos 4:11), e por fim, que o "Reino de Deus está dentro de cada um de vós" (Lucas 17:21).
Conclusão:
A libertação da ditadura do tempo presente, e de um futuro frustrante, encontra-se, necessariamente em Deus. É na percepção daquilo que é eterno que podemos nos libertar das prisões impostas pela vida rotineira.
Quando estivermos ansiosos, Jesus nos ensina a olhar para os lírios do campo e perceber que a sua beleza eterna é fruto da bondade divina.
O salmista Davi em sua oração no Salmo 139, exclama: "Vê se há em mim algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno". É preciso estar atento à voz de Deus a ensinar o caminho eterno, para que os atalhos não nos desviem, causando cansaço, desesperança e nos submetendo à escravização, à ditadura do tempo presente.
Sejamos livres, peregrinos neste mundo aprisionado, porém, portadores e despenseiros da esperança que nos liberta do tempo presente e nos faz experimentar a eternidade.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Apesar de tudo, a justiça prevalece!


Autor: Boaz Rios

Quem nunca duvidou da existência da justiça? Fica a impressão de que vivemos num mundo no qual sofremos demasiadamente por conta de fatos que não causamos e por atos nos quais não participamos. Surge, então, a noção de injustiça, tecida num contexto no qual as circunstâncias concretas conflitam com o direito almejado, desta forma, avilta-se um bem maior e melhor aguardado com grande expectativa pelas pessoas.
Sabemos que atos de crueldade são cometidos todos os dias, seja contra pessoas conhecidas ou desconhecidas, com ou sem motivação, cujos objetivos envolvem sentimentos gananciosos, sectários, violentos ou meramente maldosos. A violência ocorre por atitudes desagregadoras e, por consequência, nutre uma maldade insaciável. Quem desconhece a força destrutiva do desprezo? Mesmo na ausência de ato violento, o desprezado sente-se injustiçado por não compreender as razões do desamor.
Por outro lado, forte poder desolador está relacionado aos sentimentos do ter, como a inveja, a usura e a ambição. Esse mal, de alguma forma, assola a todos. A alguns, porque, mesmo desconhecendo, encontram-se escravizados pelo materialismo consumista; A outros, porque, desprovidos de grandes posses, frustram-se numa vida regrada, mesmo com muito esforço e dedicação ao labor. Isto, também, é injustiça.
Percebemos, igualmente,  a ocorrência de injustiça quando o socorro é omitido, a mão é encolhida, e permite-se a perpetuação do mal, mesmo ao se ter condições e forças para o deter. É nesse sentido que se estabelece a injustiça social, ou seja, o reflexo na sociedade de violências omissivas que, por razões diversas, permitem a persistência do mal fazendo com que alguns de seus indivíduos sofram as consequências.
Em meio a todo contexto de injustiça, persiste a dúvida inicial: Existe justiça? Ela ocorre para alguns e para outros, não? Existe em sua plenitude, ou se apresenta somente em parte?
É verdade que acreditamos facilmente no mal, diferentemente quanto ao bem que parece sujeitar-se às circunstâncias, enfraquecer-se, relativizar-se. Podemos entender, por um lado, que se trata de um simples erro de percepção, que o bem em sua essência existe, mas, no entanto, não o percebemos por limitações pessoais ou por obstáculos externos que impedem a sua apreensão.                                                                                                                    
Por outro lado, como a justiça procede do bem e a injustiça, necessariamente, procede do mal, então, podemos afirmar que a justiça, em sua integridade, existe verdadeiramente. Do bem originam-se valores preciosos para a humanidade como o amor, a bondade, a tolerância, a solidariedade, ou, como nas palavras do apóstolo Paulo, são valores provenientes do fruto do Espírito de Deus: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fé, mansidão e temperança (Gálatas 5:6).
O bem, que é Deus, do qual a justiça procede, existe por si só, não dependendo de circunstância alguma para se manifestar, pois como haveria um Deus sujeito a condições e conjunturas? É por isso que o salmista Davi afirma: "E os céus proclamam a sua justiça, pois o próprio Deus é o juiz" (Salmo 50:6). A justiça é Deus e, desta forma, tem caráter absoluto, eterno e perfeito. Por conseguinte, toda justiça procede de Deus, mesmo quando a Ele não seja imputada.
Transposto o obstáculo da existência da justiça, podemos voltar os olhares para a questão da percepção. A dificuldade interpretativa no ser humano quanto aos aspectos do bem e da justiça, deve-se, primeiramente, à falta de clareza daquilo que é eterno e incorruptível. Neste sentido, o salmista pede a Deus: "vê se há em mim algum caminho mal, e guia-me pelo caminho eterno" (salmos 139:24).
Trilhar os caminhos eternos nos coloca em harmonia com Deus, e assim, com o bem e a justiça. Tendo o foco corrigido, então, percebemos a justiça; Com esperança nutrida, então, exercitamos a fé. Insignificantes serão os obstáculos, afinal, pela fé, temos plena convicção de transpô-los e desfrutarmos de todo bem.
Desta forma, a injustiça nunca persiste, pois, nem a própria morte é capaz de impedir que a justiça se manifeste, a exemplo do que afirma o apóstolo Paulo: "Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Romanos 8: 38-39).
Enfim, podemos afirmar, crer e esperar, pois, apesar de tudo, a justiça prevalece.